quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Publicidade de cosméticos 1950

Algumas das grandes empresas de cosmética nos anos 50 :  Coty, Lady Esther, Tangee, Outdoor Girl, Woodbury's, Princess Pat, Louis Phillipe, Edna Wallace Hopper, Duart, Armand, Richard Hudnut, Harriet Hubbard Ayer, Houbigant, Yardley, Max Factor, Revlon e Elizabeth Arden.

































Maquilhagem nos anos 1950

Depois do fim da II Grande Guerra, a indústria da cosmética voltou em força, e trouxe consigo uma vasta paleta de cores brilhantes e sobrancelhas bem definidas como sendo o look do dia.

A base do estilo da maquilhagem dos anos 50 consistia numa base (foundation), que criava um ar pálido e liso que era coberta por pó para fixar. Após esta aplicação começava a "transformação".






As sobrancelhas eram mais espessas no inicio terminando mais finas, sendo que existiam variantes de estilos; no inicio da sobrancelha esta poderia ser redonda ou quadrada, e na zona em que as sobrancelhas estão quase a terminar poderia ser uma linha recta. A parte mais acentuada poderia ser uma linha direita ou a apontar para um ponto. Era costume com a ajuda de um lápis de sobrancelhas ciar um aspecto mais escuro.






De seguida vem o eyeliner, sendo que foi nesta altura que se começou a usar com a forma cat eye.
Também o Cat eye tinha imensas variantes de desenho, como por exemplo a começar do mais espesso e terminar numa forma mais fina. Existiam vários produtos para o efeito, desde o uso de pincel, eyeliner liquido e em gel.
A forma que se adoptava com o eyeliner tinha bastante influência no enquadramento final da maquilhagem e na expressão.




A forma dos lábios nos anos 50 para uma rapariga "normal" seguia a forma natural dos seus lábios, enquanto que em Hollywood, começavam a "costumizar" a forma dos lábios. Muitas das deusas de Hollywood para terem um lábio mais volumoso desenhavam acima da linha natural dos lábios.

Marilyn Monroe era uma das loiras "bombshell" que usava essa técnica.







quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Breve história sobre Lingerie _ Parte II


Com o início da Primeira Guerra Mundial, a mulher teve de trabalhar nas fábricas. Isso fez com ela precisasse de um novo tipo de lingerie que lhe permitisse movimentação. Por isso, o espartilho foi substituído pela cinta. Como no caso do soutien ,  as cuecas começam a ganhar os contornos das que conhecemos hoje. Quanto mais a mulher ganhava espaço na sociedade, mais a cueca diminuia.
Nos anos 20, as roupas íntimas eram formadas por um conjunto de cintas, saiotes, cuecas, combinações e espartilhos mais flexíveis. E a lingerie passou a ter outras cores, além do tradicional branco. 
O sutiã era feito com dois triângulos de crepe, jérsei ou cambraia, presos em um elástico que passava sobre os ombros e cruzava as costas. A sua função era achatar o busto. Em 1935, surge o primeiro modelo com bojos e pespontos circulares, pois nesse período o desejo feminino já era outro: ter seios empinados.




Em 1923, a palavra “soutien-gorge” aparece pela primeira vez nos dicionários franceses. A partir de 1926, o conceito moderno de sutiã se define com mais precisão. Os fabricantes buscam produzir modelos que se ajustam às formas femininas com naturalidade. 
Um acessório sensual muito usado na década de 20 foi a cinta-liga, criada para segurar as meias 7/8. Dançarinas do Charleston exibiam suas cintas-ligas por baixo das saias de franjas, enquanto se sacudiam ao som frenético das jazz-bands. 




    Ainda nos anos 30, a cinta-liga era o único acessório disponível para prender as meias das mulheres, que só tiveram as meias-calças à sua disposição a partir da década de 40, com a invenção do nailon em 1935.
             Em 1930, a Dunlop Company inventou um fio elástico muito fino, o látex. A roupa de baixo passou a ser fabricada em modelagens que respeitavam ainda mais a diversidade dos corpos femininos. E ,a partir de 1938, a Du Pont de Nemours anunciou a descoberta do nailon. E as lingeries coloridas, finalmente, tornam-se bem populares. Mas em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o nailon saiu do sector de lingerie e foi para as fábricas de pára-quedas.



Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris, ocupada pelos alemães em junho do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta-costura e suas maisons. Muitos estilistas haviam-se mudado, fecharam as suas casas ou levaram as mesmas para outros países.
A Alemanha ainda tentou destruir a indústria francesa de costura, levando as maisons parisienses para Berlim e Viena, mas não teve êxito. O estilista francês Lucien Lelong, então presidente da câmara sindical, teve um papel importante nesse período ao preparar um relatório defendendo a permanência das maisons no país. Durante a guerra, 92 atelies continuaram abertos em Paris.

Apesar das regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de tecidos que se podia comprar e utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu à guerra. 

Com o final da Segunda Guerra Mundial, o New Look do costureiro Dior, lançado em 1947, propunha a volta da elegância e dos volumes perdidos durante o período da guerra. Para acompanhar a nova silhueta proposta pelo costureiro, a lingerie precisava deixar o busto bem delineado e a cintura marcadíssima. Surgiram os sutiãs que deixavam os seios empinados e as cintas que escondiam a barriga e modelavam a cintura.


Data de 1950 a invenção da lycra, o “fio mágico”. Adeus pinças, recortes, fechos e colchetes: a lycra pode se associar a materiais mais finos como seda, tule e renda, ajustando-os perfeitamente às curvas do corpo.   Nesta época, o estilo pin-up de Jane Russell, Sophia Loren e Anita Ekberg estrelavam as fantasias masculinas
O náilon deixou as peças mais leves, mas a vedeta da época era o sutiã very secret, de 1952. Feito com duas almofadas de ar finas, fazia o efeito de seios globo, tão sonhado pelas mulheres. Pela primeira vez, a francesa Les Trois Suisses publica um catálogo inteiramente dedicado à lingerie. Outro modelo de sucesso foi o sutiã peito-de-pombo, cujo corte aproximava e levantava os seios.
 Em 1955, a lingerie fina conquista espaço na moda, com novos modelos e renda preta de náilon, linho, seda e até tule.
















Breve história sobre Lingerie _ Parte I

Irei contar uma breve história dos inicios do aparecimento da lingerie, sendo que me irei centrar mais na  lingerie dos anos 1940 e 1950.
A lingerie passou por uma série de transformações ao longo do tempo, acompanhando as mudanças culturais e as exigências de uma nova mulher que foi surgindo, principalmente durante o século XX. A evolução tecnológica possibilitou o surgimento de novos materiais, que tornou a lingerie mais confortável e durável.

A história da lingerie começa por volta do segundo milénio antes de Cristo. Em Creta, as mulheres usavam um corpete simples que projectava a base do busto, fazendo evidenciar  os seios nus. 
No período Arcaico grego, surgiu o proto soutien, uma tira de pano, geralmente vermelho, que enrolavam sob os seios, para os envolver, levantar e sustentar, mantendo-os firmes , impedindo que tremessem ao andar.
Após a invasão de Roma, surge a faixa chamada fascia, que tinham como objetivo comprimir os seios para que não crescessem. E caso a natureza vencesse, usava-se um couro macio para esmagar o busto, era o mamilare. Para as privilegiadas que tinham seios pequenos, havia a écharpe, que envolvia os seios sem comprimi-los.
Após a queda do império romano e invasões celtas e germânicas, a preocupação de sustentar os seios desaparece por vários séculos e com ela, o soutien.
Na Idade Média, surgiram os ancestrais corselete. Um deles era a "Cota", uma túnica com cordões. O outro era conhecido como "Beaud", uma espécie de corpete amarrado atrás ou nas laterais, que apertava o busto como uma couraça e era costurado numa saia plissada. O "Sorquerie" era uma "Cota" muito justa também conhecida como guarda-corpo ou corpete. E havia ainda o "Sucote", um colete enfiado por cima do vestido e amarrado.

No fim da Idade Média, a silhueta começa a ficar mais marcada, com adereços extravagantes, como cintos, véus e decotes profundos.
No renascimento, século XV, a época da exaltação erótica.
Volta a sustentação dos seios por peças rígidas , era o "Vasquim", corpete amarrado nas costas, com forro pespontado, reforçado por fios de latão. Havia ainda, as gaiolas, corpete de metal, usado por mulheres com má formação.
Com o fim do renascimento, reina o sofrimento absoluto para as mulheres, que usavam o "Corps Pique", que elimina o ventre, apertando a cintura e dá ao busto o aspecto de cone, amarrado com uma haste, que pesava até 1 kg, enfiada num encaixe e costurada no tecido do corpete. O aperto ao corpo feminino era tanto, que as costelas chegavam-se a cruzar.

                  Corps Piqué

As calças de baixo femininas difundiram-se no século XVI, como imitação das masculinas. 
 No século XVI, Catarina de Medicis usou o culote, ainda inspirado nas calças masculinas para montar a cavalo. O culote era um tipo de calça cigarrete larga criada para que as mulheres pudessem se movimentar mais à vontade, sem ficar com seu sexo exposto.
 Nos séculos XVIII e início do XIX, as dançarinas e femes de theatre, artistas das artes performativas, a dança, delicada, insinuante, mas controladas por decretos de lei, eram obrigadas a usar roupas de baixo, porque ao dançar, levantavam às vezes as pernas acima da cintura.
 As “calças” descritas acima, não eram usadas por toda as pessoas, a maioria das mulheres nem sonhavam em tê-las. Apenas as mulheres da realeza usavam o culote.
 Mas a história das calças caracterizado pelo seu uso, deu início no séc.XVIII,  em que dançarinas de cabaret, foram obrigadas por decreto de lei, a usar esta peça, devido aos movimentos da dança que deixavam à mostra as genitais, uma verdadeira afronta à moral da época. As "cuecas" usadas por elas tinham graciosas camadas de babadinhos e rendas, que acompanhavam harmoniosamente os movimentos da apresentação. Nessa época somente as mulheres do cabaret, libertinas, usavam esta peça.



Somente no século XVIII é que as mulheres começam a respirar, literalmente, um pouco mais aliviadas. Sendo  que as hastes de madeira e metal foram substituídas pelas barbatanas de baleia. Os decotes aumentaram e os corseletes passaram a ser confeccionados para comprimir a base do busto, deixando os seios em evidência. Também foi nesta época que os corseletes ganharam sofisticação. Eram bem trabalhados com bordados, laços e tecidos adamascados. E, a partir de 1770, junto com as ideias iluministas que culminaram com a Revolução francesa, houve uma espécie de cruzada anti-espartilho.





A cueca surgiu mesmo por necessidade. E no início houve muita resistência por parte das mulheres. No séc.XIX as mulheres começaram a usar a crinolina, uma armação de metal, super leve e mais confortável, a última tecnologia da época para armações de saias. Eram variados formatos e tamanhos e as mulheres pareciam navios de tão espaçosas que ficavam. A leveza das armações era de impressionar. As damas andavam, e saias iam pra lá, pra cá , pareciam balões em movimento. Mas a leveza, tinha o lado negativo, qualquer vento, as saias levantavam, e às vezes deixavam à mostra o que não era para ser visto. "Embora não soe como tal, as crinolinas ofereciam riscos ás suas usuárias. Entre os riscos que proporcionava estava a vulnerabilidade às ventanias, causadas por seu formato de balão: há relatos de mulheres em portos que foram levadas ao mar, onde se afogaram"




Foi então que surgiram as pantaloons, uma espécie de calção feminino, de tecido natural, geralmente de linho e algodão, que de início tinha comprimento até os tornozelos e rendada neste local.
No início, muitas mulheres resistiram ao uso, por ser masculino, da má fama, e dos transtornos para ir ao banheiro. Mas era necessário. As pernas estavam cobertas e a prova de ventanias. 



Uma série de invenções marcou o século. Em 1823, criaram o espartilho mecânico, com polias e colchetes para que a mulher pudesse desatá-lo sozinha e em um minuto. Nessa época, o espartilho também podia ser atado “à la paresseuse”, isto é, por um sistema de cordões elásticos pensado para que a mulher se vestisse sem ajuda.
 Em 1828, surgiram os ilhoses de metal, por onde passam os cordões. Com grampos para fechar os espartilhos, eles davam mais segurança que os ilhoses bordados. Tecidos mais resistentes começaram a ser usados nos espartilhos, como o fustão e o nanquim da Índia. Em 1832, o suíço Jean Werly abre a primeira fábrica de espartilhos.




O estilo romântico, com cintura marcada e saias em formato sino, marcou os anos 1830. Uma década depois, o espartilho e a crinolina continuam a revelar uma mulher sedutora, mas enfeitada com babados e fitas, colchetes, pences e presilhas. Nos anos 1850, começa a confecção de diversos modelos em série: espartilhos nupciais, espartilhos de baile, de cetim branco, para manhã, para noite, para dança, com bojos, com presilhas, de camurça, de cinza-pérola, de cetim azul Nilo, de seda cor de hortênsia, de renda Chantilly, fita de seda de Pequim ou renda guipure da Irlanda.



Em 1889, Herminie Caddole inventou o primeiro “corpete para seios”, uma idéia simples e genial que invertia as forças de suporte, agora com alças apoiadas nos ombros. Assim, novas lingeries conquistaram espaço no mundo da moda.
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Além do corselete, as roupas íntimas eram compostas por calças que chegavam até os joelhos, cheias de babadinhos.
 No final de século XIX, foi criado na França o precursor do soutien, numa tentativa de oferecer às mulheres mais conforto do que o repressor espartilho. A boutique de Heminie Cadolle elaborou um modelo em tecido à base de algodão e seda, semelhante aos modelos atuais
 A partir de 1900, o espartilho começou a se tornar mais flexível. Os balés russos de Serge de Diaghliev faziam muito sucesso em Paris. E seus trajes neo-orientais inspiraram costureiros como Paul-Poiret e Madeleine Vionnet que inventaram roupas que formavam uma silhueta mais natural. 




Em 1914 o soutien foi devidamente reconhecido e patenteado nos Estados Unidos pela nova-iorquina Mary Phelps Jacob. Era feito com dois lenços, um pedaço de fita cor-de-rosa e um pouco de cordão. Ela resolveu vender a patente a uma fábrica de roupas femininas, a Warner Brothers Corset Company, por 15 mil dólares da época. Era o início da industrialização do lingerie, porém havia poucas opções de tamanho e o ajuste era feito por presilhas nas alças.





                                                                                      Fim da 1ª parte.